O mercado financeiro brasileiro reagiu com entusiasmo à decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou a suspensão temporária das tarifas de 10% sobre produtos importados de países considerados aliados comerciais. A medida, válida por 90 dias, fez o dólar cair e a Bolsa de Valores brasileira disparar.
Na quarta-feira, 9 de abril, o dólar comercial fechou em R$ 5,84, com queda de 2,53% — a maior desvalorização da moeda americana desde o início do ano. Já o Ibovespa, principal índice da B3, subiu 3,12%, alcançando os 127.795 pontos, puxado pela valorização de ações ligadas à exportação e à indústria.
A decisão de Trump foi vista como uma manobra estratégica, segundo seus assessores, e parte da chamada “arte da negociação”, filosofia que orienta suas ações políticas e econômicas. Ainda assim, o gesto trouxe alívio momentâneo aos mercados globais, especialmente em países emergentes como o Brasil.
Contudo, o clima de tensão ainda não se dissipou por completo. Em paralelo à suspensão temporária de tarifas para alguns países, os Estados Unidos aumentaram drasticamente as tarifas sobre produtos chineses para 125%. Como resposta, a China anunciou tarifas retaliatórias de 84% sobre produtos norte-americanos, reacendendo os temores de uma nova escalada na guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo.
Impactos no Brasil
O Brasil, por sua vez, se beneficia no curto prazo da descompressão nos mercados e da melhora no apetite por risco por parte de investidores estrangeiros. O fortalecimento do real frente ao dólar alivia a pressão sobre a inflação, especialmente sobre combustíveis e produtos importados, e anima setores como varejo, agronegócio e indústria.
Especialistas, no entanto, recomendam cautela. “O alívio é real, mas temporário. A qualquer momento novas decisões podem mudar completamente o cenário. O Brasil precisa continuar focado em fortalecer sua economia internamente, reduzindo a dependência de fatores externos imprevisíveis”, explica a economista Mariana Ribeiro.
A movimentação recente deixa clara a sensibilidade do mercado brasileiro às dinâmicas globais e reforça a importância de políticas econômicas estáveis e planejamento a longo prazo.
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Redação