O que era para ser mais um fim de tarde tranquilo na casa da família Sousa, em Luzimangues (TO), quase se transformou em tragédia. Aos 6 anos, o pequeno Asafe Pereira de Sousa foi vítima de um dos acidentes mais temidos nas áreas rurais brasileiras: a picada de uma cobra venenosa.
Enquanto apenas fechava o portão de casa, o menino foi surpreendido por uma jararaca, espécie conhecida por seu veneno potente e comum na região. O ataque aconteceu de forma repentina. Segundo relatos da família, não houve tempo sequer para perceber a presença do animal. A cobra estava camuflada na vegetação próxima e atacou a perna de Asafe, que imediatamente começou a chorar de dor.
Corrida contra o tempo
O desespero tomou conta dos pais, que rapidamente levaram o filho ao Hospital Geral de Palmas (HGP), onde ele ficou internado por 11 dias, sendo parte desse período na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O estado do menino era grave: inchaço, dor intensa, febre e risco de necrose no membro afetado.
A equipe médica agiu com rapidez, administrando o soro antiofídico e monitorando os sinais vitais da criança constantemente. Foram dias de angústia para os pais, que se revezavam ao lado do leito, sem saber se Asafe conseguiria resistir. “A gente vê isso em filmes ou na televisão, mas nunca imagina que vai acontecer com a gente, ainda mais com uma criança tão pequena”, desabafou o pai do menino.
Um alerta para todos
A recuperação de Asafe é considerada um verdadeiro milagre pela equipe médica e familiares. Apesar do susto, ele deve voltar a andar normalmente e, com o tempo, retomar a rotina. No entanto, o caso acendeu um alerta sobre os perigos escondidos no cotidiano das famílias que vivem em zonas com mato, chácaras e áreas rurais.
O Instituto Butantan, referência no tratamento de acidentes com animais peçonhentos, destaca que a jararaca é responsável por cerca de 90% dos acidentes ofídicos no Brasil. A maioria das vítimas está em ambientes rurais, mas há registros em zonas urbanas próximas à mata.
Como agir em caso de picada de cobra
Especialistas alertam que saber agir pode ser a diferença entre a vida e a morte. Veja as orientações básicas:
-
Leve a vítima imediatamente ao hospital.
-
Evite amarrar ou cortar o local da picada.
-
Não tente sugar o veneno com a boca.
-
Mantenha a vítima calma e com o membro afetado em repouso.
-
Se possível, fotografe a cobra ou descreva sua aparência para auxiliar os médicos.
Prevenção é a melhor defesa
Evitar o acúmulo de entulho, manter o quintal limpo e o mato sempre aparado são medidas essenciais para evitar o aparecimento de cobras. Calçados fechados e lanternas em áreas escuras também são recomendados, especialmente para crianças que brincam fora de casa ao entardecer.
A história de Asafe, felizmente, teve um desfecho positivo. Mas servirá como alerta para tantas outras famílias que vivem próximas à natureza e nem sempre estão preparadas para o inesperado.
Redação